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SOCIAL MEDIA: A PONTA DO ICEBERG

 

Por Marcela Lage

 

Social Media é uma das profissões criadas com o avanço da tecnologia e a utilização das redes sociais como fonte de trabalho.

 

Muito bem vista especialmente pela suposta liberdade de jornadas de trabalho e, antes da pandemia, pelo fato de poder ser “executada em qualquer lugar”.

 

Assim como a esmagadora maioria das profissões, existe um desnivelamento muito grande entre definição de escopo e preços cobrados por quem trabalha com social media.

 

Atualmente, em pesquisa recente que fizemos na Fita Métrica, constatamos que o mesmo serviço de postagens nas redes sociais pode variar de R$ 2 mil a R$ 6 mil por mês, considerando uma média de 3 postagens por semana e 25 stories.

 

Mas afinal, um social media só faz postagem nas redes sociais?

 

Esse é um dos grandes equívocos que costumo ver. O social media não só faz as postagens em si, mas ele quem planeja a pauta a ser postada; estrutura os layouts (em conjunto com designers); analisa e monitora as métricas das páginas oficiais das empresas ou influencers.

 

Ah, mas então é só isso mesmo, você deve estar pensando…

 

Fato é que esse escopo que normalmente consta em contrato não explícita os desafios de ser um social media, tampouco valoriza a definição de estratégia que precisa ser estruturada antes de se planejar as pautas (mapa de conteúdo).

 

O serviço de social media é só a ponta do iceberg de uma estratégia de marketing e, para que ele possa gerar resultado e conversões, é preciso estar atento a diversas nuances, tais como:

 

  • Formato de conteúdo aderente ao público alvo e personas;
  • Utilização correta das redes sociais, não apenas replicando em todas o que é feito em uma determinada plataforma;
  • Frequência: foco na qualidade, não na quantidade;
  • Configuração adequada da sua Business Meta Account;
  • Compreensão da política de bloqueios da Meta;
  • Postagens feitas manualmente ao invés de utilizar agendadores automáticos (por essa você não esperava, né?);
  • Monitoramento das métricas;
  • Testes, testes, testes e testes.

 

Social Media para escritórios de advocacia:

 

Não é novidade que a OAB tem o provimento de publicidade e ele foi atualizado no ano passado, em tese, para legitimar o marketing jurídico e flexibilizar algumas normas em relação à publicidade.

 

Acontece que as mudanças não foram tão inovadoras assim e, para os pequenos e médios escritórios, muito menos.

 

Regulamentou-se o patrocínio de postagens e anúncios, mas sem a estratégia e um planejamento de marketing bem feito, o cenário caótico que vemos é: escritórios perdendo investimentos feitos em campanhas pagas e mal gerenciadas.

 

Com isso, ainda lidamos com a desvalorização do serviço de social media, uma vez que passa a ser visto como despesa ou “mal necessário”, ao invés de um investimento para aumento de alcance, engajamento e conversão. Esse último, a conversão, vale um artigo próprio; ainda assim, trago algumas reflexões.

 

Vejo dois perfis de escritórios e advogados normalmente: aqueles que querem performar e vender pela internet, e aqueles que só aparecem porque tem que aparecer. Para ambos, o serviço de social media costuma ser muito frustrante.

 

O primeiro grupo quer performar e acredita que vender assessoria jurídica na internet é igual vender produto de prateleira, não compreende a jornada do cliente e a complexidade de sua venda. Para ele, a frustração se dá pelas campanhas pagas sem conversão, ou pela má qualificação dos leads gerados, ou pelo baixo número de vendas efetivas.

 

Para o segundo grupo, a frustração se dá pelo dinheiro e tempo gasto (mentalidade de despesa). Ele não conhece a jornada do seu cliente e acredita que nem consultar no Google o cliente consulta.

 

Em ambos os casos, o serviço de social media é apenas a ponta do iceberg. Isso porque para além do serviço de social media, o planejamento e a estratégia definida se fazem imprescindíveis. Trata-se do momento de conhecer seu cliente, seus interesses e suas dores; entender onde ele está, o que faz e o que consome.

 

O serviço de social media devia ser simplesmente o reflexo da definição de estratégia e planejamento de marketing, mas o que vejo são profissionais “portadores de conteúdo” por meio de métricas de vaidade.

 

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