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SEJA PROTAGONISTA NA HISTÓRIA DE SUCESSO DA SUA CONTROLADORIA JURÍDICA

 

Por Janeffer de Araújo Franco

 

Vou iniciar este artigo com relatos da minha carreira, alguns desafios e como foram superados, até fazer sentido o porquê desse título. Combinado?! Vamos lá!

Durante todo o período da faculdade, atuei em departamento jurídico realizando atividades de Controladoria Jurídica, sem ao menos saber a existência do termo. Após formada, OAB na mão, iniciei a atuação na advocacia (técnica) e nos primeiros seis meses já estava ciente de que não era o meu perfil.

Então tive a oportunidade de autuar na Controladoria Jurídica de uma grande banca. Fiquei encantada com a possibilidade de realizar atividades que agregam valores, não só ao escritório, mas às pessoas.

Otimizar tempo, oferecer eficiência, qualidade de vida, melhorar processos, contribuir para que advogados foquem no peticionamento e no atendimento aos clientes, cooperar para os sócios trazerem novos negócios ao escritório, fornecer a informação aos gestores para liderar suas equipes, tudo isso regado com muita tecnologia. Foi amor à primeira vista!

No entanto, vieram os desafios. O primeiro deles, o preconceito: Por que você trabalha na Controladoria Jurídica? Não conseguiu nada melhor? Só atua na Controladoria quem não tem outras oportunidades na carreira. Eu ficava pensando, será que estamos falando da mesma Controladoria Jurídica?

Segundo grande desafio: relação com as áreas técnicas. Não havia muita comunicação entre as áreas técnicas e a Controladoria Jurídica, a não ser quando algo dava errado. O clima era sempre de acusação, cobranças, reclamações etc.

Terceiro desafio: falta de reconhecimento e salários defasados. Devido à imagem da Controladoria ser formada por profissionais “fracassados” que não estavam ali por opção, mas por falta de oportunidade, os salários eram, consideravelmente, menores que das demais áreas, desmotivando ainda mais a equipe e evidenciando os desafios anteriores.

A virada de chave foi quando percebemos que precisávamos nos fortalecer como equipe e nos transformar em agentes de mudança no escritório, pois o Chapolin Colorado não iria aparecer. E assim foi, adotamos algumas práticas que transformaram a nossa Controladoria Jurídica em um case de sucesso.

Criamos uma rede de apoio para nos qualificar. Todos os eventos, cursos, lives, livros, post, pessoas estratégicas nas redes sociais relacionados à Controladoria Jurídica eram compartilhados entre nós.

Os resultados começaram a ser evidentes. Aprimoramos além das habilidades técnicas (hard skill) as comportamentais (soft skill) e, consequentemente, nos tornamos mais autônomos nas tomadas de decisões, aconselhamento e resolução de problemas.

A equipe foi amadurecendo e passou a utilizar situações, que antes eram motivos de conflitos, como oportunidades de colaboração, trocas e inovação. Então, se éramos questionados sobre algum erro de fluxo ou um possível risco na operação, prontamente buscávamos rever os procedimentos para evitá-los.

Portanto a primeira habilidade desenvolvida foi no âmbito da comunicação, aprendendo antes de tudo a ouvir as áreas, suas dores e dificuldades. A comunicação passou a ser assertiva e a relação colaborativa. Foi contagiante! Rendeu vários fluxos criados, automatizados, revistos e, alguns desnecessários, descartados; começamos a conhecer o trabalho uns dos outros. Era nossa fonte de melhoria contínua. Como ensina Dale Carnegie: “Se você quer comer o mel, não chute a colmeia”.

A Controladoria Jurídica se tornou efetivamente o coração do escritório e estava envolvida em todos os projetos de inovação e tecnologia, o que era motivação para a equipe cada vez mais com o sentimento de pertencimento, fazendo a diferença.

E como bem nos lembra Daniel Goleman, “as pessoas motivadas a realizar tendem a ser otimistas, mesmo diante de reveses e fracassos. […] E a motivação, quando publicamente visível, torna tais pessoas excelentes colaboradores. Sua paixão pelo trabalho contamina os outros, e elas ficam determinadas a achar soluções”.

E assim era, as áreas se reuniam para buscar melhorias, trazer soluções inovadoras aos clientes e os erros passaram a ser vistos como oportunidade de desenvolvimento.

Por fim, apresentando o valor agregado ao escritório, a Controladoria Jurídica conquistou o reconhecimento e a importância que realmente tem, e dessa forma construímos uma Controladoria Jurídica Estratégica.

Vale lembrar que precisamos ter empatia quando cobramos das pessoas algo, que talvez, elas nem conheçam. É muito importante que você, Controller, treine o escritório, apresente seu trabalho, mostre os resultados que sua equipe já conquistou e quais ainda almeja.

Essa prática não só auxilia o escritório no reconhecimento e apoio à Controladoria, como também ajuda a própria equipe a ter ciência de sua importância e relevância. Assim, cria-se um ciclo de motivação, desenvolvimento e resultados!

E escutar das outras equipes: “Nossa, como vocês conseguem fazer tudo isso?” Não tem preço ah! ah! ah! É muita multidisciplinaridade e trabalho duro.

Brincadeiras à parte, hoje percebo a importância da autorresponsabilidade, da transformação de dentro para fora, o liderar pelo exemplo, da comunicação assertiva, de criar conexões e buscar sempre desenvolver novas habilidades.

Portanto, muitas vezes a mudança que almejamos está dentro de nós mesmos!

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNEGIE, Dale. Como fazer amigos e influenciar pessoas. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.

GOLEMAN, Daniel. Liderança: a inteligência emocional na formação de um líder de sucesso. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

 

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