“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença.” OMS (Organização Mundial da Saúde)
A advocacia é uma profissão que exige dedicação intensa, resolução de problemas complexos e destreza para lidar com uma variedade de desafios. No entanto, enquanto os advogados (as) se dedicam a proteger os interesses de seus clientes, muitas vezes a sua própria saúde mental pode ser negligenciada.
Neste artigo exploraremos a importância da saúde mental na advocacia, os desafios específicos enfrentados por advogados (as) e algumas estratégias para promover um ambiente saudável nos escritórios de advocacia.
Os profissionais da advocacia, frequentemente, enfrentam pressões significativas que incluem prazos apertados, demandas de clientes, competitividade no mercado e necessidade de manter um alto padrão de desempenho. Alguns ainda precisam dar suporte no dia a dia para equipes que estão sob seu comando.
Esses fatores podem levar a altos níveis de estresse, ansiedade e até mesmo depressão. A cultura do “trabalhar duro” na advocacia muitas vezes resulta em longas horas de trabalho, que podem afetar negativamente o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Um dos desafios específicos enfrentados na vida profissional é a natureza do trabalho, que frequentemente envolve em lidar com casos que envolvem conflitos, crises e situações emocionalmente carregadas. Além disso, a pressão para obter resultados positivos para os clientes pode aumentar a ansiedade e o estresse. A constante exposição a casos traumáticos também pode ter um impacto duradouro na saúde mental dos advogados (as).
Adicionado aos desafios citados anteriormente, além de gerir suas próprias dificuldades, muitos advogados (as) têm que liderar e direcionar equipes para manter a entrega aos clientes com a qualidade esperada.
De acordo com as profissionais Sandra Krieger Gonçalves, conselheira federal da OAB e coordenadora do Programa Nacional de Saúde Mental da Advocacia, e Ana Carolina Wolf Baldino Peuker, psicóloga e CEO da Bee Touch, startup de saúde mental, especializada no rastreamento digital de saúde mental e dos riscos psicossociais no trabalho, nós os operadores do Direito estamos propensos a algumas doenças:
- Síndrome de Burnout, com o esgotamento físico e mental;
- Transtorno de ansiedade generalizada;
- Transtornos de pânico;
- Depressão.
Mas, como identificar que você não está somente passando por mais um aborrecimento da profissão e sim, está com sua saúde mental debilitada?
Acredito que precisamos nos atentar aos detalhes, pois ter dissabores no dia a dia é de fato normal, porém se isso é recorrente, com uma alta intensidade, pode acender o sinal de alerta.
Para promover a saúde mental na advocacia, é fundamental que os CEOs, sócios patrimoniais, gestores jurídicos e os próprios advogados (as) reconheçam a importância do cuidado mental e com isso criem estratégias que sejam implementadas no ambiente de trabalho (sabemos que o “top down” ainda é uma cultura muito forte dentro do Direito, então, sim ainda precisamos que esse tipo de consciência venha também do “povo lá de cima”).
A seguir algumas ideias do que pode (e deve) ser feito dentro do seu escritório de modo que não chegue às “vias de fato” para que uma providência seja tomada:
Conscientização e Educação: oferecer treinamentos e seminários sobre saúde mental, estresse e manejo emocional pode ajudar os advogados (as) a entenderem os sinais de alerta e a buscar ajuda quando necessário.
Ambiente de Trabalho Saudável: criar um ambiente no qual a comunicação aberta seja incentivada, permitindo que os advogados (as) expressem suas preocupações e necessidades relacionadas à saúde mental.
Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal: promover a importância de manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, incentivando pausas regulares e férias para recarregar as energias.
Apoio Profissional: oferecer acesso a serviços de aconselhamento ou psicoterapia, para que os advogados (as) tenham um espaço seguro para discutir suas preocupações.
Divisão de Tarefas e Recursos Adequados: distribuir as tarefas de forma equitativa e fornecer os recursos necessários para evitar sobrecarga excessiva.
A saúde mental na advocacia não deve ser subestimada. Ao reconhecer os desafios específicos enfrentados pelos advogados (as) e ao implementar medidas para promover um ambiente saudável nos escritórios de advocacia, é possível reduzir os impactos negativos do estresse e da pressão constante.
Priorizar a saúde mental não só beneficia os advogados (as) individualmente, como também contribui para a construção de uma profissão mais resiliente e eficaz.
Cuide-se!