Por Luciene Rodighero dos Santos
Cada escritório de advocacia, com seu CNPJ, é uma empresa constituída e, como tal, deve ser gerida profissionalmente para obter os melhores resultados.
Os advogados não são preparados na faculdade para fazer a gestão da sua empresa e, por isso mesmo, cabe a eles cuidar do front office, ou seja, da linha de frente do atendimento ao cliente, da gestão da equipe jurídica, do desenvolvimento de novos negócios e do planejamento estratégico da sua banca.
Onde situa-se a figura do administrador legal? Uma vez que os sócios devem cuidar dos negócios jurídicos, como mencionei, o administrador legal é a figura que tem a prerrogativa do conhecimento de como funciona os departamentos de uma empresa, no nosso caso uma banca de advogados. Em primeiro lugar – e mais importante – ele deve possuir a confiança dos Sócios para que estes lhe deleguem a condução das áreas pelas quais responderá e, também, quando participar de reuniões estratégicas, de comitês deliberativos ou consultivos, de fusão de novos sócios e equipes, viabilidade de mudança de sede ou mesmo investimentos em novas filiais, sempre tenha sua opinião técnica e profissional levada em consideração – sendo ouvido – e participando das decisões em pé de igualdade com os Sócios.
O administrador legal será o responsável, independentemente da nomenclatura de cargo – Diretor, CFO (Chief Financial Officer ou Diretor Financeiro), Gerente ou Consultor Externo -, pela condução de toda operação do escritório nas áreas que envolvem o back office, quais sejam: financeira, comunicação, marketing, gestão de pessoas / recursos humanos, administrativa, facilities, tecnologia da informação, gestão do conhecimento, entre outras.
Os grandes escritórios têm, há muitos anos, diretorias que cuidam das áreas específicas, tamanha a importância do olhar de um profissional dedicado diretamente aos temas não jurídicos da organização, reportando-se diretamente ao conselho de sócios, aos comitês deliberativos (financeiro, planejamento etc.) ou ao principal executivo que é o CEO (Chief Executive Officer), ou seja, o sócio administrador.
E qual é a experiência desejada de um administrador legal?
É indispensável que ele tenha:
- sólida bagagem financeira, de preferência com experiência pregressa em outros escritórios de advocacia, já que o universo jurídico tem uma cultura diferente de outras empresas;
- vivência como líder na gestão de pessoas, já que responderá por estes e os desenvolverá, pois estão sob sua responsabilidade;
- conhecimento na área de tecnologia da informação; no uso de sistemas integrados e no advento de novas tecnologias, inclusive antenado com as novidades de inteligência artificial para inovação na banca;
- atenção para cuidar dos procedimentos e da organização das áreas, a fim de melhorar a performance do time administrativo no dia a dia.
Por que é tão importante que sua banca tenha esse profissional? Primeiramente por ser um excelente investimento, já que essa pessoa é preparada para fazer a gestão do back office, liberando os Sócios para empreender, para cuidar dos clientes atuais e prospectar novos, para fazer a gestão dos casos dos clientes, dos prazos e da equipe jurídica e para tomar decisões estratégicas com base nas informações gerenciais que o administrador legal lhes apresentará.
Importante destacar que o sócio continuará sendo sócio, o “dono” do escritório, quem dá a última palavra, usando parte do seu tempo nessa administração executiva e na tomada de decisões. Contudo, o administrador legal será seu “braço direito”, liberando-o das tarefas diárias, ou até mesmo corriqueiras, sempre reportando e atualizando o sócio em reuniões periódicas de gestão.
Deixo aqui um conselho valioso na frase do Steve Jobs: “Concentre-se naquilo que você é bom. Delegue todo o resto”. Sócio: concentre-se no que você faz de melhor – ser empreendedor – e deixe que o administrador faça o que sabe fazer de melhor: gerenciar o escritório e ser seu apoio na tomada de decisões.
Um abraço e até o próximo artigo!
Luciene Rodighero dos Santos