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Planejamento e Execução: um não deve existir sem o outro

 

Por Luciene Rodighero dos Santos

 

“Deixa a vida me levar, vida leva eu”. Essa composição, de autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, eternizada na voz do sambista Zeca Pagodinho, é uma ode à lei do mínimo esforço.

Contudo, para os administradores dos escritórios e para vocês, Sócios e Sócias, tal lei não se aplica e não deve ser uma opção estratégica.

Nos escritórios, o planejamento é de suma importância. Quando não planejamos estamos jogando à própria sorte o que vai nos acontecer no futuro, tal qual no diz a música.

Assim como um navegador experiente traça sua rota antes de zarpar, os Sócios devem elaborar o planejamento estratégico de seu escritório. O planejamento estratégico eficaz é como uma bússola. Ele precisa ter bases sólidas, com metas claras e objetivos mensuráveis, alinhados com a visão de longo prazo da banca. Lembrando que o planejamento deve ter foco na estratégia, porém com ações pensadas para as áreas táticas e operacionais, que realmente colocam a mão na massa, fazendo a execução.

Desenvolver e implementar o planejamento traz inúmeros benefícios, dentre os quais:

  • Clareza e foco: ele define o que queremos alcançar e como pretendemos chegar lá e em quanto tempo;
  • Tomada de decisões assertivas: com base em um plano bem estruturado, as decisões são tomadas de forma mais consciente e embasada, aumentando as chances de sucesso;
  • Alocação eficiente de recursos: o planejamento permite alocar os recursos de forma estratégica, priorizando as ações que mais contribuirão para o alcance dos objetivos traçados;
  • Aumento da competitividade: ao se antecipar às tendências do mercado e às mudanças no ambiente competitivo – que é do segmento jurídico – o escritório se torna mais preparado para enfrentar os desafios do futuro;
  • Motivação dos colaboradores: quando os integrantes da banca sabem para onde ela está indo, e qual o papel de cada um nesse processo, eles se sentem mais motivados e engajados, trabalhando na mesma direção.

Além de um planejamento estratégico sólido, as práticas de gestão eficazes atuam como um motor que impulsiona o negócio rumo ao crescimento e à prosperidade desejados. Essas práticas abrangem – mas não se limitam – ao cuidado com as seguintes áreas:

  • Governança corporativa: dá um norte para a forma de como a gestão deve ser conduzida e traz eficiência e credibilidade ao escritório;
  • Gestão de pessoas: investir no desenvolvimento dos integrantes, na diversidade de pessoas, promovendo um ambiente de trabalho positivo, motivador e de alta performance;
  • Gestão financeira: controlar custos e despesas, potencializar os recursos financeiros, tomar decisões eficientes – inclusive com investimentos para reserva financeira – são fundamentais para a saúde financeira do escritório;
  • Gestão de operações: Garantir a qualidade dos processos, otimizando a produção e a entrega dos serviços jurídicos que é essencial à competitividade;
  • Gestão de marketing: manter uma marca forte, comunicando-se de forma competente com seus públicos-alvo, desenvolvendo estratégias que gerem resultados;
  • Gestão de tecnologia: executar e monitorar projetos, com ações e desenvolvimento de serviços que potencializarão o uso eficiente dos recursos do escritório, acrescentando também inovação, automação de atividades e melhoria de processos internos.

Cabe destacar o papel da organização interna, já que a falta de organização pode colocar em risco a estabilidade do escritório sob os aspectos apresentados.

Execução: colocando em prática o planejamento estratégico

Muitos escritórios até escrevem seu planejamento estratégico, porém a ideia não sai do papel. Muitas vezes o problema de falta de execução ocorre devido à falta de alinhamento, comprometimento dos integrantes, recursos adequados e monitoramento insuficiente das ações.

Para mudar esse cenário, é importante trazer os envolvidos desde o início, definindo metas claras e alcançáveis:

  • alocando recursos adequados;
  • estabelecendo responsabilidades e monitorando, adaptando-se às mudanças que com certeza ocorrerão;
  • comunicando eficazmente os objetivos, focando na execução;
  • aprendendo e ajustando o curso;
  • celebrando as conquistas.

Essa é uma tentativa de impedir que você sofra com o imprevisto. O maior inimigo do sucesso da sua advocacia é a falta de planejamento, a indisciplina e a desorganização. A falta de interesse pelas melhores práticas de gestão leva à displicência, prejudicando o futuro do escritório.

Por isso mesmo, e focando no planejamento financeiro estratégico, lembro que é fundamental:

  • A definição de metas e objetivos financeiros para o escritório;
  • A elaboração do orçamento de gastos (custos e despesas) e de receitas, fazendo projeções e cenários financeiros;
  • A análise da viabilidade de novos investimentos e projetos;
  • O monitoramento e controle do desempenho financeiro mensalmente.

A capacidade de fazer acontecer é o que mais falta nas organizações, inclusive nos escritórios de advocacia. Falta de ideias e de planejamento prejudicam, mas, se a execução não for boa, não importa a qualidade do planejamento, ela tende a não trazer bons frutos.

Voltando à música do Zeca Pagodinho: não deixe a vida te levar, mas tome as rédeas do seu escritório. Arregace às mangas e faça a gestão do planejamento para que a execução das ações sejam um sucesso!

Um abraço e até o próximo artigo!

Luciene Rodighero dos Santos

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