Por Fernanda Tannous
Ouvi essa frase de um conhecido uma vez. Passados 10 anos, desde a primeira vez que a ouvi, ela nunca deixou de ecoar na minha mente, mas hoje, ela começa a fazer sentido.
Explico. Não passaremos por essa vida sem errar (e feio) como profissionais, gestores e pessoas (biologicamente imperfeitos que somos).
Spoiler de um potencial final feliz?
A tendência, com a maturidade profissional, é que passemos a compreender os erros com mais misericórdia (não condescendência) e que o real diferencial humano está em como aprendemos com nossas falhas. Essa perspectiva se torna cada vez mais clara quando passamos de funções operacionais para funções de gestão.
Sim, eu sei. Existem muitos livros, cursos e diplomas que dizem isso de uma forma melhor, mais estruturada e científica. Mas, creio que uma das maiores habilidades a serem desenvolvidas no gestor é de se colocar sempre em situações de aprendizado e, da mesma forma que o gestor foi moldado a partir das correções dos seus erros profissionais anteriores, é também de sua responsabilidade dar aos liderados um espaço direcionado ao aprendizado. Em contrapartida, a evolução profissional do liderado passará pelo desconforto e precisará ser compreendido por este. Comunicação e alinhamento de expectativas são essenciais, afinal, as regras do jogo têm que estar à mesa, visíveis a todos na medida de suas responsabilidades.
Neste espaço de aprendizado, o gestor precisa criar um ambiente para erro e reparação.
Portanto, sou categórica! Precisamos errar e deixar que os liderados errem também (de forma supervisionada e com direcionamento). Neste movimento, é possível absorvermos inúmeros aprendizados e vou elencar apenas 3 deles:
- Como solucionar problemas: O erro está posto. Agora, em ambiente de aprendizado, o foco será em como minimizar os prejuízos.
- Como evitar que o mesmo erro se repita: Erros não devem ser objeto de julgamento de capacidade. Fomente e foque na solução que o liderado encontrou, ajustando arestas ou justificando inviabilidade.
- Como desenvolver segurança nos liderados: Alguém segurou a nossa mão quando estávamos aprendendo a andar, não é verdade? Pelo menos até termos SEGURANÇA para dar nossos próprios passos.
Se todo esse processo puder ser feito de forma colaborativa, os ganhos de aprendizagem podem ser ainda maiores. Interações informais também ampliam as formas de conexão, incentivando a construção de diferentes perspectivas sobre o outro e nos ajudando a exercitar a empatia.
Máquinas têm bugs corrigidos, códigos reescritos e interfaces redesenhadas para melhorar a experiência do usuário. Então, existiria motivo para nós, humanos e complexos, não encontrarmos espaço para testarmos a nossa melhor versão?
Fernanda Tannous