Por Luciene Rodighero dos Santos
Em minha atuação de mais de 17 anos em escritórios de advocacia já ouvi de muitos sócios de escritórios sobre a falta que faz o aprendizado de temas sobre gestão, já que nas grades dos cursos de Direito não se é ensinado princípios básicos para que esses alunos tenham o mínimo de conhecimento – um norte – para poder lidar com os assuntos no dia a dia de suas bancas.
Aos que já leram meus artigos, pontuo isso de forma recorrente como apelo à questão da falta do ensino básico sobre empreendedorismo. Por isso quis fazer uma pesquisa atualizada, nos sites das seis mais conceituadas escolas de Direito do Brasil, a fim de analisar a grade curricular atual dos cursos de Direito para, ao menos, identificar se houve atualização e se há matérias optativas que falem sobre temas tais como: finanças, marketing, gestão de pessoas, planejamento estratégico, entre outros relacionado à gestão de escritórios.
Das seis renomadas escolas pesquisadas, identifiquei apenas duas que abordam assuntos relacionados à gestão em suas grades de aulas:
No primeiro caso, a instituição tem aulas optativas sobre fundamentos da economia e sobre marketing e, no segundo caso, há aula sobre empregabilidade e, também, sobre empreendedorismo, englobando comportamento organizacional, marketing jurídico e gestão de pessoas. Essa constatação é uma luz no fim do túnel, mas muitíssimo longe do que seria o ideal mínimo de aprendizado desses profissionais.
Muitos saem da universidade já com a carreira privada encaminhada que pode começar durante o estágio obrigatório, mas em muitos casos os recém-formados montam a sua própria banca sem saberem ao menos o que é necessário para geri-la, faltando preparo básico e fundamental para começar seu escritório e cometendo erros que podem prejudicar a perenidade do seu tão sonhado negócio.
Acredito que a profissionalização – mais bem direcionada e mais aprofundada – deva ser buscada fora da universidade. Porém, não ter o conhecimento básico necessário atrapalha e atrasa o sonho de abrir seu escritório, pois esse profissional precisa buscar no mercado cursos – ou mesmo uma consultoria – para fazer a gestão da banca.
Cabe destacar que qualquer mudança nas grades precisa ser realizada com antecedência, em processo a ser ratificado pelo Ministério da Educação (MEC), e que por isso mesmo precisa de programação e intenção em adicionar tais assuntos ao curriculum das faculdades.
Faço esse apelo às faculdades e universidades para que temas de gestão sejam – ao menos – objeto de cursos de verão, matérias optativas, ou outra forma de ensino para preparar seus alunos com temas importantes para seu sucesso profissional.
Nos meus últimos artigos aqui no Portal eu trouxe essa reflexão de quais temas – a meu ver – são os necessários para quem vai empreender. Abaixo os links para conferir detalhadamente cada tema abordado:
https://www.advogadosgestores.com.br/artigos-colunistas/os-desafios-de-empreender-e-gerir-seu-escritorio-de-advocacia-parte-1/ (sociedade, abertura formal do escritório, posicionamento estratégico)
https://www.advogadosgestores.com.br/artigos-colunistas/os-desafios-de-empreender-e-gerir-seu-escritorio-de-advocacia-parte-2/ (definição de objetivos estratégicos)
https://www.advogadosgestores.com.br/artigos-colunistas/os-desafios-de-empreender-e-gerir-seu-escritorio-de-advocacia-parte-3/ (fundo de reserva para investimentos e desenvolvimento do escritório)
https://www.advogadosgestores.com.br/artigos-colunistas/os-desafios-de-empreender-e-gerir-seu-escritorio-de-advocacia-final/ (Finanças, Gestão de Pessoas e Marketing)
Um abraço e até o próximo artigo!
Luciene Rodighero dos Santos