Por Juliana Chinem
Você precisa falar a linguagem do seu público. Isso significa que a mesma palestra não pode ser dada da mesma maneira para audiências diferentes. Você não vai falar com um universitário da mesma maneira que falaria com um CEO de 60 anos, certo? Por isso, é importante entender a maneira que cada um tem de se comunicar e se expressar através da linguagem, que vai gerar mais entendimento, menos atrito na sua comunicação e mais conexão com a plateia.
Portanto, diga adeus à apresentação padrão, aquela que você usa para todas as situações e que vive tentando encaixar no momento que está sendo vivido. Prepare uma base, que pode ser rapidamente alterada, que ofereça espaço e flexibilidade para ajuste ao público que irá assistir à sua apresentação.
Outra orientação importante é sobre aproveitar o momento. Chegar antes e conversar com os “early attendees”, primeiros participantes, é uma ótima estratégia para criar uma empatia com o público. Em toda palestra, eu sempre chego antes e converso com as pessoas que chegaram primeiro no evento – pelo menos três ou quatro pessoas. Gravo alguns nomes e procuro onde essas pessoas se sentaram.
Com essa informação, fica mais fácil aplicar a Regra dos Primeiros Dois Minutos. Os primeiros dois minutos da sua palestra devem ser os melhores. Esse tempo é o que vai definir se sua plateia vai se identificar com você e se interessar pelo tema abordado ou se vão simplesmente achar tudo uma chatice e ignorar o que você tem a dizer, preferindo entrar nas redes sociais ou olhar rapidinho os e-mails e mensagens do celular. Coloque todos os seus esforços nos primeiros dois minutos da sua apresentação. Certifique-se de que esse tempo será suficiente para captar o interesse de todos. Técnica do olho no olho, do uso da voz com entonação forte e precisa, além do uso do corpo para trazer presença de palco.
Como fazer isso com uma plateia de centenas, talvez até milhares de pessoas? Uma técnica bem interessante sugere dividir seu público em 4 áreas: canto inferior direito, canto inferior esquerdo, canto superior direito e canto superior esquerdo. No decorrer da sua fala, seu olhar deve ser distribuído entre essas 4 partes, garantindo que todos estão sendo trazidos para o contato visual. Do ponto de vista do público, vai parecer como se você estivesse olhando para cada um dos seus ouvintes da maneira mais pessoal possível. E isso gera mais confiança.
E não se esqueça do fechamento. Mesmo os oradores com muita prática ensaiam exaustivamente o fechamento, que deve ser emocionante e convidativo para uma ação, decisão ou pensamento.
Vamos falar mais sobre as técnicas de oratória e comunicação nas próximas colunas, não deixe de acompanhar.
Juliana Chinem é Advogada e Escritora. Sócia de Bernardi & Schnapp Advogados e Mediadora certificada pela ESA OAB/SP. Autora do livro “Coaching de Oratória” pela Ed. Matrix e coautora do livro “Manual de Coaching para Advogados” pela OAB/ESA São Paulo, dentre outras obras. Coordenadora de Oratória e Comunicação da Comissão Especial de Empreendedorismo Legal da OAB/SP e Diretora Adjunta da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB Jabaquara.