Por Juliana Chinem
Não faz muito tempo, mas houve época que falar em público era uma arte refinada, que exigia cerrada atenção às leis da retórica e ao requinte, com linguagem rebuscada. Acreditava-se que era assim que nascia um orador, capaz de arrancar as maiores surpresas de uma plateia. Coisa para poucos e nascido com dom natural, inclusive alcançado um espaço preferencial nos eventos sociais.
Enquanto isso, os estudiosos se debruçam sobre a arte da comunicação há mais de 2.000 anos, pois a primeira obra dedicada ao assunto oratória é de Aristóteles, que deixou registrado material quatro séculos antes de Cristo. Ao longo de quatro volumes, o filósofo determina as bases de um bom discurso.
Mas deixar a formalidade para trás não pode significar a falta de cuidado na construção do discurso. Professores e estudiosos da língua falam da importância de se comunicar bem. Uma pausa no lugar errado pode ser fonte de erro de interpretação, pois funciona como uma vírgula mal colocada no texto e que atinge em cheio as ideias, confundindo e desinformando. Somente um discurso apresentado de forma clara tem força de persuasão. O destaque, a venda do projeto, a liderança em uma reunião de trabalho ou a conquista do eleitorado, tudo pode ser alcançado quando há uma boa estratégia de comunicação.
Além disso, a comunicação também serve para organizar as quatro formas por meio das quais tomamos contato com o mundo. Somos interpretados com o que fazemos, o que parecemos, o que queremos e como dizemos.
E é natural que os seres humanos aproveitem vários recursos de linguagem para alcançar essa expressão global, usando não só a palavra, mas a entonação, o volume, os gestos significativos e tantos outros recursos, os quais se unem num sistema geral de percepção, sendo todos estudados pela oratória.
Há pessoas que recorrem aos fonoaudiólogos para aumentar a potência da voz. Outros buscam cursos de teatro para potencializar a dramatização. E muitos buscam em cursos de oratória simplesmente pela coragem para agir e enfrentar o medo de falar em público. Mas seja qual for o plano de estudo, não deixe de investir na sua habilidade de comunicação. Conheça e domine as técnicas de oratória, elas podem fazer grande diferença na apresentação das suas ideias.
Juliana Chinem é Advogada, Escritora e Palestrante. Sócia responsável pela gestão do escritório Bernardi & Schnapp Advogados e Mediadora certificada pela ESA OAB/SP. Atua como Coordenadora de Oratória e Comunicação da Comissão Especial de Empreendedorismo Legal da OAB/SP e Diretora Adjunta da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB Jabaquara. Integrante da Comissão Especial de Soluções Consensuais de Conflitos na OAB/SP. Autora do livro “Coaching de Oratória” em 2ª edição pela Ed. Matrix e coautora do livro “Manual de Coaching para Advogados” pela OAB/ESA São Paulo, dentre outras obras. Palestrante em eventos da OAB, ABA, Fenalaw e Seminários da área Jurídica.