Por Danielle Alves
Os desafios das profissões que envolvem o mercado jurídico são diversos, dentre os quais há dois que influenciam diretamente a forma de escolher as carreiras agora e no futuro:
- Muitos profissionais no mercado nacional, que atualmente é composto por 1,3 milhão de advogados inscritos no quadro da OAB Federal, além dos bacharéis e estagiários.
- Tecnologia cada vez mais desenvolvida, substituindo alguns postos de trabalho e possibilitando novas formas de atuação.
Dados divulgados em notícias veiculadas pela OAB Federal indicam que há um advogado para cada 164 habitantes no Brasil, média que é a maior do mundo, atrás apenas da Índia.
Esses números preocupam e a OAB busca, através do Exame de Ordem e de recomendações para suspender a criação de novos cursos de Direito, conter o ingresso de uma quantidade tão expressiva de novos profissionais diariamente no mercado.
Entretanto, ao aspirante a advogado não restam formas de refrear a concorrência, devendo, portanto, buscar diferenciais que o façam destacar-se da multidão.
Igual é o pensamento do profissional que observa o avanço tecnológico constante a que o universo jurídico é exposto.
Com as novas tecnologias temos maior agilidade e produtividade em muitas atividades, especialmente quando repetitivas. Essa realidade que evolui a passos largos traz inúmeras discussões sobre o fim das carreiras jurídicas e como os advogados devem precaver-se de serem substituídos.
Muitas são as novidades: automações que substituem funções de controladoria jurídica como protocolo, workflow de atividades, captura de andamentos e publicações, entre outros. Temos ainda, o “Advogado robô” que é um software desenvolvido com um algoritmo treinado especificamente para defesa de réus em tribunais.
Recentemente, a empresa OpenAI disponibilizou para uso geral o ChatGPT, o que trouxe muita especulação sobre o quanto esse algoritmo é capaz de substituir um profissional e qual o grau de aprendizagem da ferramenta.
Fato é que as automações ou mesmo os algoritmos de inteligência artificial evoluem de forma exponencial e é impossível evitar essa evolução. A revolução tecnológica em que vivemos apresenta inúmeras possibilidades as quais sequer imaginamos.
As grandes empresas de tecnologia testam e fazem imersões em novas realidades que a maior parte da população desconhece. Mas então, o que o profissional jurídico deve fazer?
A resposta é simples: Trabalhar no seu diferencial, contendo o excesso de concorrência.
Não adianta lutar contra as tecnologias, sai na frente o profissional que busca aprender com elas, busca novas utilidades para justamente entregar um resultado melhor.
Assim, o profissional do presente é aquele que mantém sua curiosidade em alta, com foco na resolução de problemas.
O ser humano tem capacidade cognitiva para entender outros indivíduos desenvolvendo empatia e conexão, e tais atributos a máquina não detém. Portanto, os operadores do Direito, como todos os demais profissionais devem entender que a tecnologia está disponível para ajudar, melhorar, complementar e com isso possibilitar que os seres humanos sejam mais eficientes e tenham mais qualidade de vida.
Entenda, aprenda e utilize a tecnologia a seu favor, em qualquer das atividades jurídicas que escolher, sempre focando no melhor interesse do seu cliente.
Mantenha aberta sua mente e sua capacidade imaginativa para que assim possa fazer o melhor uso das tecnologias, atuar de forma diferenciada e única, e dessa forma vencer qualquer concorrência.
“Nenhuma máquina supera um homem com uma máquina”. Garry Kasparov
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL TEM 1 ADVOGADO A CADA 164 HABITANTES. OAB, 2022. Disponível em: <https://www.oab.org.br/noticia/59992/brasil-tem-1-advogado-a-cada-164-habitantes-cfoab-se-preocupa-com-qualidade-dos-cursos-juridicos>. Acesso em: 22 de mar de 2023.
QUADRO ADVOGADOS. OAB, 2023. Disponível em: <https://www.oab.org.br/institucionalconselhofederal/quadroadvogados>. Acesso em: 22 de mar de 2023.