Por Juliana Chinem
Sempre que me apresento em público sinto um friozinho na barriga muito difícil de explicar. É aquele sentimento inexplicável, que não deveria estar ali se dependesse só do meu desejo. Aliás, há comunicadores de televisão com muita experiência, bem-sucedidos e reconhecidos, que confessam sentir mais do que o friozinho, eles dizem do pavor de se apresentar para uma pequena ou grande plateia.
Com a internet oferecendo muita informação, sabemos que nosso público pode ter pesquisado quem somos, o que vamos falar e se há novidade para eles. Enfim, não é difícil intuir que eles se informaram a nosso respeito. E o contrário? Será que devemos nos preocupar em saber que tipo de público iremos enfrentar daqui a pouco?
Podemos organizar a apresentação como se fosse um jogo. Quanto mais informações temos acesso, as chances de bom resultado aumentam. Assim, o primeiro passo é conhecer o nosso público. E como fazer? Como ter ideia do que encontrar pela frente se as pessoas com quem nos relacionamentos hoje não são exatamente as mesmas que estarão na outra palestra daqui a uma semana?
Vamos partir do pressuposto de que é muito importante saber distinguir bem as pessoas, o seu público. Isso porque, em minhas palestras dirigidas ao público jurídico, há jovens na faixa dos 20 anos até pessoas mais experientes, algumas com 50 anos de profissão, tal a inesgotável paixão pela advocacia.
O primeiro passo é discutir o perfil do público com o organizador do evento. Pergunte as experiências dos eventos anteriores, o local, a distribuição dos convites e a divulgação nas redes sociais.
Chegue antes da hora marcada, pelo menos meia hora antes. Olhar a plateia que se formou ajuda a ajustar a expectativa em relação ao que havia sido planejado. Se não houver apresentação naquele momento, procure falar com as pessoas presentes. Palestrante que procura interagir com a plateia tem mais chance de ser bem-sucedido.
Ao criar um diálogo com as pessoas presentes, o nervosismo pela apresentação vai naturalmente se dissolvendo e dando lugar ao bom humor, ao sorriso e a uma comunicação natural. Ao iniciar a apresentação, o frio na barriga pode até voltar, mas estará mais calibrado pela recepção positiva que você mesmo criou para o ambiente.
Juliana Chinem é Advogada e Escritora. Sócia de Bernardi & Schnapp Advogados e Mediadora certificada pela ESA OAB/SP. Autora do livro “Coaching de Oratória” pela Ed. Matrix e coautora do livro “Manual de Coaching para Advogados” pela OAB/ESA São Paulo, dentre outras obras. Coordenadora de Oratória e Comunicação da Comissão Especial de Empreendedorismo Legal da OAB/SP e Diretora Adjunta da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB Jabaquara.