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Agilidade como ferramenta de gestão e eficiência jurídica

Por Allana Martins

 

Ser ágil no ambiente jurídico é primeiramente lidar com questões culturais entre os times, em alinhamento com as demandas. O jurídico está habituado com grande volume de atividades, equipes nem sempre multidisciplinares e descentralizadas. Há um formalismo em praticar a advocacia de forma tradicional e o desafio é aplicar a agilidade nesses ambientes.

 

A boa notícia é que estamos evoluindo por meio da reaprendizagem de novas formas de trabalhar, utilizando tecnologia, repensando fluxos e permitindo-nos sermos mais inovadores e criativos.

 

Para essa disrupção precisamos rever as maneiras de execução das tarefas e sentir a inquietude da provocação. Sem o insight de que é possível fazer diferente para buscarmos os caminhos, as ideias não são concretizadas. O engajamento dos times é consequência das etapas aplicadas.

 

Esse caminho pode ser trilhado pela agilidade. Além das metodologias ágeis, como por exemplo: scrum, kanban, lean; temos as áreas de legal operations e design auxiliando na gestão e gerando eficiência. Porém, aplicar agilidade é de fato alterar a forma de atuar no jurídico, avaliando a utilização de plataformas, automação, fluxos internos, capacitação de pessoas, questionamentos com perguntas chaves para delinear métricas, objetivos e resultados, como OKRs, KPIs, entre outros.

 

Ao aplicar a mentalidade ágil os resultados são escalonados conforme os projetos mapeados, backlog de atividades e acompanhamento de melhorias contínuas. Cada setor terá suas especificidades e será ajustado conforme as necessidades de cada silo. Mas é essencial que haja integração entre os envolvidos para potencialização das entregas.

 

Ainda nesse aspecto da customização dos projetos é importante a multidisciplinariedade dos times com o intuito de diversificar as habilidades e competências. Sendo que há outros elementos que devem ser considerados como: gestão remota, comunicação objetiva, linguagem simples, endomarketing, acolhimento das diversidades e maturidades dos envolvidos.

 

Na contextualização de que ser ágil envolve cultura, mudança de mindset e aplicação de ferramentas e processos individualizados, convém relembrarmos que a agilidade se popularizou após a criação do Manifesto Ágil por representantes da área de tecnologia com a vinculação de quatro valores (indivíduos e interações; software em funcionamento, colaboração com o cliente e resposta às mudanças) e 12 princípios (satisfação do cliente; reagir bem às mudanças; entregas constantes; boa comunicação entre o time; confiança gerando motivação; alinhamento “cara a cara”; funcionalidade como mediador; crescimento sustentável; excelência na técnica; simplicidade não é facilidade; auto-organização e autoconhecimento / melhorias).

 

Também podemos mencionar os valores da Metodologia Scrum que estão vinculados aos trâmites do jurídico desde o início de projetos, desenvolvimentos e conclusões, que são: coragem, foco, comprometimento, respeito e abertura com aplicabilidade da metodologia PDCA de planejamento, execução, análises e ação na retroalimentação da estruturação ágil.

 

Concluímos que a agilidade é uma ferramenta de auxílio na gestão que consequentemente promove eficiência jurídica. Utilizamos as metodologias ágeis e as tecnologias como aliadas e consideramos que a conciliação das atividades de forma mais otimizada, com equipes colaborativas e comprometidas nos conduzirão aos resultados.

 

Parafraseando o dito popular e compilando os ideais do Manifesto Ágil, de rever fluxos e melhorias frequentes, deixamos a reflexão: “as pessoas que se perguntam se o copo está meio vazio ou meio cheio estão perdendo o ponto. O copo pode ser preenchido inúmeras vezes.”

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