Certo de que pode haver ciência atrás do humor, o pesquisador da Universidade de São Paulo, Daniel de Barros explica que o riso é um fenômeno físico com origem neurológica e manifestação corporal. Ele acaba de lançar um livro que é resultado de estudo em que constatou que o humor pode ser uma ferramenta para amenizar adversidades da vida e fortalecer relacionamentos, o que leva os indivíduos a terem uma melhor saúde física e mental.
No livro “Rir é preciso”, o autor divide o estudo em três partes: os aspectos que envolvem o corpo; o que estão relacionados à mente; e sua representação na sociedade. Em uma análise do quadro de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, a modelo expressa um singelo e disfarçado sorriso que, na visão do autor do estudo, é bastante ambíguo, característica que revela um dos grandes segredos da obra que mais recebe visitantes no Museu do Louvre.
O autor do livro é médico, professor e pesquisador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Daniel afirma que o poder do sorriso não é necessariamente transitório. A risada não é uma solução mágica, mas aponta para a realidade que está além das circunstâncias imediatas. O riso não é capaz de nos fazer esquecer definitivamente da morte de um ente querido, por exemplo, tampouco de impedi-la, mas pode superar o sofrimento que a morte causou. O livro foi pensado para um mundo que saiu da pandemia, pois buscamos instrumentos para nos reerguer emocionalmente e seguirmos em frente. Afinal, o humor é uma excelente forma de autorregulação emocional.
E qual o momento mais oportuno para usar essa ferramenta além daquela reunião difícil à mesa de uma negociação importante ou em uma audiência cercada de tensões e desafios? Um comentário bem-humorado, colocado na hora certa e em dose leve, pode fazer toda a diferença no ambiente e trazer uma comunicação mais leve. Com ânimos diferentes, sabemos que também é possível interferir diretamente nos rumos do caso, seja para negociar boas soluções alternativas ou mesmo para mostrar ao juiz que a questão pode ser resolvida em bons termos.
Assim, para aumentar as chances de sucesso da sua estratégia, revise o caso e veja se é possível adotar uma comunicação mais leve. Combine essa abordagem com o cliente, para evitar surpresas ou mal-entendidos. E se o resultado for acima do esperado, vale sorrir e comemorar oportunamente.
Juliana Chinem é advogada, escritora e palestrante. Sócia responsável pela gestão do escritório Bernardi & Schnapp Advogados e Mediadora certificada pela ESA OAB/SP. Atua como Coordenadora de Oratória e Comunicação da Comissão Especial de Empreendedorismo Legal da OAB/SP e Diretora Adjunta da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB Jabaquara. Autora do livro “Coaching de Oratória” em 2ª edição pela Ed. Matrix e coautora do livro “Manual de Coaching para Advogados” pela OAB/ESA São Paulo, dentre outras obras.