Por João Gilson
O século XXI tem sido caracterizado como a “Era da Informação e do Conhecimento”. O surgimento de avançadas tecnologias da Informação num mercado altamente competitivo gera para as organizações a busca constante de diferenciais competitivos. Para isso ser possível, nesta época, quando apenas a informação pura não garante sucesso, torna-se necessário que a organização consiga lapidar a informação que recebe transformando-a em conhecimento para que, através do compartilhamento desse conhecimento, seja possível alcançar originalidade, maior vantagem competitiva e inovação produtiva. Considerando que a produtividade ocorra no menor tempo possível, com eficácia e efetividade.
Nesse cenário de constantes transformações e mutações ganha quem tem a posse das melhores informações sobre a economia, a sociedade, os mercados, concorrentes e clientes. Na esfera organizacional essas tendências estão levando as organizações a se voltarem para seus processos de negócio, uma vez que as distâncias temporais e espaciais ficaram menores e menos significativas, obrigando as organizações a serem mais dinâmicas.
Nos últimos anos, os escritórios de advocacia têm feito um jogo ou têm participado de um jogo cada vez mais necessário para recuperar o atraso em torno do aproveitamento de tecnologia essencial para melhorar a eficiência e eficácia operacional básica. A pandemia, que empurrou as empresas para uma rápida implantação remota de trabalho, apenas revelou e deu ênfase a essa lacuna tecnológica. Agora, à medida que as empresas jurídicas em algumas partes do mundo começam a lentamente sair da pausa induzida pela pandemia, os escritórios de advocacia terão novamente de lidar com suas deficiências tecnológicas.
Em um mercado no qual 63% dos pequenos escritórios de advocacia dizem que é um desafio acompanhar a concorrência de outros escritórios, e onde pequenos escritórios de advocacia são facilmente reconhecidos como a maior fonte de concorrência, qualquer coisa que outro pequeno escritório de advocacia esteja fazendo, o escritório-empresa não cria a ameaça imediata de desvantagem competitiva. É justamente neste ponto que reside a ameaça de perder terreno e ficar para trás, algo impensável para quem deseja sobreviver no mercado de forma sustentável e competitiva.
A Gestão do Tempo e a Gestão da Produtividade são conceitos relacionados, pois a forma como o profissional se organiza influencia diretamente nos resultados produzidos por ele. Esse gerenciamento está relacionado ao controle do tempo disponível. A administração incorreta do tempo pode causar frustrações e cansaço excessivo. Gestão do Tempo ou Gerenciamento do Tempo é o processo de priorização e organização do trabalho para otimizar o tempo que o profissional gasta para realizar cada tarefa do seu trabalho. Essa gestão envolve o planejamento e a execução para melhorar e aproveitar o tempo, o que resulta em uma maior produtividade e eficiência no trabalho.
Assim sendo, para melhor entendimento, vamos definir de forma precisa: a Gestão do Tempo é um processo de priorização e organização de tarefas que envolve o seu planejamento e execução voltados ao melhor aproveitamento do tempo investido nelas, o que resulta em maior produtividade e eficiência. Já a Gestão de Produtividade pode ser definida como um conjunto de táticas que os líderes das organizações e/ou empresas desenvolvem para que os seus colaboradores se sintam mais motivados e engajados com o trabalho.
A Gestão da Produtividade é um processo que se estende a todos os colaboradores de uma organização e/ou empresa e visa reduzir os custos envolvidos em sua operação por meio de quatro pontos principais: Medição, Análise, Planejamento e Melhoria. Ao conhecer melhor cada um desses pontos, será possível entender a Gestão da Produtividade como um todo. Um planejamento bem estruturado gera produtividade, que nem sempre está relacionada à um alto número de horas trabalhadas, mas sim com os resultados gerados nessas horas. O ponto-chave é obter o melhor resultado para a produtividade.
Quando falamos em Gestão do Tempo e Gestão da Produtividade estamos em busca de encontrar a melhor forma de trabalhar e obter melhor produtividade, otimizando os resultados em saúde, qualidade de vida e receita. Otimizar significa tornar ótimo, obter a melhor performance e extrair o melhor rendimento possível no que concerne a qualquer área de atividade. Para isso é necessário estar atento para empregar técnicas e selecionar as melhores alternativas a fim de atingir um objetivo determinado.
Uma boa Gestão do Tempo envolve, entre outros aspectos, a implementação de: planejar das atividades, evitar retrabalhos, fazer um checklist, adotar lembretes, definir prioridades, delegar atividades, otimizar as suas atividades, entre outros aspectos importantes. Uma boa Gestão de Tempo ajuda o profissional, advogado ou não, gestor ou líder a ser muito mais produtivo. Com o tempo organizado, os gestores também conseguem administrar melhor a pressão e as metas. Com isso, diminuem a sensação de tensão e mantêm as tarefas em dia, o que evita muitas horas-extras e permite mais tempo para o descanso, o lazer, a família e outras atividades.
Uma boa Gestão de Tempo ajuda os gestores, ou no nosso caso, o empreendedor jurídico, a ser muito mais produtivo. A nova realidade da advocacia também incorpora mutações, inovações e transformações em vários aspectos. Mais tempo também permite espaço para pensar em novas soluções, pesquisar novos produtos e mercados, ser criativo, antecipar atividades, aproveitar insights, realizar cursos e focar melhor nos negócios. Ter tempo é uma questão de prioridade. Ao estabelecer sua rotina e organizar suas tarefas, tente priorizar o que é importante, baseado no ambiente e no cotidiano do seu escritório.
Nesta revolução, os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos quando atentos às novas exigências dos clientes, devem trabalhar com demandas mais elaboradas, comprometendo-se a realizar atendimentos dinâmicos pelo uso de meios eletrônicos. Os escritórios jurídicos e departamento jurídicos que se adequarem aos novos tempos digitais estarão no rumo correto, assim como os profissionais do Direito, que devem aderir à Advocacia 4.0, preparando-se para as ferramentas e tendências de um novo mercado jurídico. Não é novidade nenhuma que chegamos à Era Digital. Precisamos recriar o amanhã juntos.
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[1] Formado em Direito pela Universidade Nilton Lins e Pós-Graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). MBA em Gestão Jurídica pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG/Manaus. MBA em Gestão de Empresas e Negócios pelo Centro Universitário CIESA. Membro da Comissão de Gestão Jurídica e Empreendedorismo da OAB/AM, membro da Comissão do Advogado Corporativo da OAB/AM e membro da Comissão Nacional de Gestão Jurídica da Associação Brasileira dos Advogados (ABA).