Por Juana Novais
Ao acessar o LinkedIn, hoje em dia, vemos as diferentes etiquetas nas quais nos encaixamos. E aqui faço o meu próprio “exposed”: eu estou inclusa na famosa etiquetagem corporativa.
Uma delas é o mais famoso hype “data driven”.
Em tradução livre, “data driven” nada mais é do que “baseado em dados”.
O termo “data driven” foi lançado, no formato que se usa hoje, por John Nesheim, um professor de Engenharia Mecânica da Universidade de Cornell.
Em 1976, John já usava o termo para falar e descrever o uso de dados que ia guiando suas decisões dentro dos próprios projetos.
Com o passar das décadas – até chegar em nós – o termo se tornou popular no mundo corporativo (que, claro, não perde uma classificação bilíngue) e que hoje em dia é utilizado objetivamente através de ferramentas como por exemplo: Big Data, IA, Machine Learning e outros instrumentos responsáveis por coletar e classificar dados.
Não se sinta menos capacitado se você nunca ouviu falar ou não sabe na ponta da língua o significado dos termos citados no parágrafo anterior. “Big Data, IA e Machine Learning” foram os exemplos que citei, e cada um deles merece um artigo inteiro nesta plataforma, a fim de que seja melhor compreendido.
Sabendo que todos tratam de informações (números, ritmos, frequências e análises em gráficos bem coloridos!), pergunto:
Quando éramos jovens estagiários em escritórios ou fóruns, seguíamos instruções/protocolos formais. Mas as instruções jurisprudenciais não eram tomadas com base no que é bem aceito em sociedade e pela própria doutrina?
O impacto – em números – dos julgados favoráveis anteriores, não causava maiores chances de uma decisão procedente?
Além do formato, no que diferem estes dados do passado dos dados utilizados hoje?
O olhar: passado e futuro.
Antigamente – e aqui com 10 anos de atuação, já me sinto quase vintage usando o termo ‘antigamente’ – a quantidade de decisões anteriores impactava na próxima tomada de decisão. Hoje, com o chamado “data driven” a próxima tomada de decisão é planejada também pelo impacto das decisões que precisarão ser tomadas no futuro.
Arrisco dizer que sempre houve data driven.
Antes olhávamos para o passado, e agora olhamos – em números – não só para o passado, mas também para o impacto nestes futuros dados.
O The Economist citou em um artigo em 2017: “o recurso mais valioso atual não é o petróleo, mas os dados”.
Os tais “dados” se tornaram tão valiosos a ponto de originarem uma quote famosa: “Data is the new oil” (“dados são o novo petróleo”, numa tradução livre).
O passado orientava o presente e agora o presente orienta o futuro.
Se os dados são petróleo, eu não sei. Mas que olhar pra frente é o novo hype: isso posso confirmar!