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Era uma vez a magia dos dados: storytelling e analytics

Por Allana Martins

 

 

Era uma vez uma época em que o Direito se baseava em possibilidades de resoluções e teses sem embasamento em dados estatísticos compilados, sem visualização dos processos e informações relevantes em dashboards e sem organização de gestão completa dos negócios. A área jurídica era vista nas organizações como custo e conhecida como o setor da burocracia e da problematização. Estávamos na era do achismo e do “depende”, combinadas com a morosidade na exportação de relatórios e reportes de atualizações aos clientes e diretorias.

 

Esse cenário lhe parece familiar? A realidade mudou ao longo dos tempos? A resposta é sim! Estamos caminhando para que o Direito seja cada vez mais a área de eficiência dentro do corporativo, como parceiro de negócios; e a advocacia se reformulando para agregar serviços de forma mais inovadora e tecnológica.

 

Essas novas realidades aconteceram com o desenvolvimento de soluções pelo ecossistema jurídico e prestadores de serviços a fim de agregar na capacitação para entregas assertivas, com otimização de tempo e custos. Como isso foi possível?

 

Dentre tantas inovações que estão sendo aplicadas na jornada de tecnologia e inovação, vamos abordar nesse artigo a técnica de utilização do Storytelling nos dados. Trata-se da combinatividade dos analytics (pela análise de bases, informações processuais, contratuais etc.) com o design visual em dashboards, gráficos, tabelas, entre outros.

 

Um visual de dados não pode apenas ser bem montado com cores combinando na paleta, escrita uniformizada e modelos de gráficos padronizados. O visual deve ser objetivo e cumprir com seu foco principal de fazer sentido para a sua audiência. Isso significa dizer que os usuários do material devem se identificar com a explanação dos dados, entendendo os reportes desenvolvidos e exercendo sua capacidade de simplicidade na comunicação.

 

O visual será a porta de entrada para a apresentação de métricas, indicadores, resultados, informações básicas, planejamentos e tudo mais que se fizer necessário na estrutura organizacional envolvida. Os insights dos visuais serão obtidos por meio da abordagem utilizada, baseando-se no público, finalidade e adequação.

 

O contador de histórias dos dados (nossa tradução literal para storytelling) será um vinculador do trabalho técnico desenvolvido por trás da construção visual do que está sendo explanado., imergindo entre informar e comunicar os dados expostos. Seu papel será de nortear a jornada do herói passando pelas etapas iniciais, contornando obstáculos (dúvidas, imprevistos etc.), resolvendo problemas e chegando ao ponto das conquistas, resultados e planejamentos futuros.

 

Como toda jornada, as diretrizes vão sendo construídas no caminho e pelos contextos alinhados com o negócio, cabendo a reformulação dos dados, novas estruturações, oportunidades e constante atenção à correta intepretação do que está sendo demonstrado. Não custa lembrar que em qualquer narrativa a ética é norteadora dos processos de comunicação e analytics.

 

Como toda história, seja de filmes, séries, notícias ou dados corporativos, precisamos estar interessados e atentos para receber os conteúdos propostos. Se o público não estiver conectado, será mais desafiador contar as narrativas de forma interessante. Combinar os elementos de conteúdo, forma de apresentação, palavras-chave, mapeamento das falas e dados, estilo do público, contexto, interatividade e conectividade são chaves para o sucesso do storytelling.

 

A formulação dessa abordagem passará pelo problema, demonstração deste, ideias de superação, prototipação e concretização do projeto, acompanhamento dos dados e resultados, conclusão e próximos passos. Um dado bem demonstrado, mesmo que não esteja vinculado a uma boa notícia, instiga os ouvintes a se engajarem na sua concretização de melhorias, acolhendo o mensageiro.

 

Estamos diante de desafios na era tecnológica, principalmente pela necessidade de atenção em meio à sociedade hiperconectada. Ter a colaboração de elementos visuais compilados para planejamento do negócio jurídico, com dados assertivos automatizados, é um alívio entre tantas demandas que temos a cumprir. Você está preparado para ser um contador de histórias?

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