Por Allana Martins
A área jurídica é permeada pelas relações entre clientes e prestadores de serviços jurídicos, seja em escritórios, departamentos ou legaltechs. As relações comerciais estão baseadas em contratos, demandas, fluxos internos, sistemas, atendimento humanizado, reuniões de alinhamento sobre técnicas jurídicas, questões comerciais e financeiras, suporte tecnológico, além de todas as rotinas inerentes às partes.
Há expectativas entre os envolvidos e que devem ser constantemente revisitadas para que estejam todos alinhados com os trâmites envolvidos, bem como a aplicabilidade dos ajustes que forem necessários sobre a comunicação, acompanhamento e entrega dos serviços.
Cada ramo de atuação tem suas especificidades que demandam atenção dos gestores, time operacional e técnico na condução das tratativas internas e externas. Sendo que esses fluxos são delineados desde a conversa inicial com o potencial cliente, até o fechamento e acompanhamento regular das atividades. Por isso a importância da manutenção e treinamentos dos setores e profissionais específicos para cuidarem de cada etapa como: time comercial, marketing, costumer experience (CS), suporte de infraestrutura, entre outros.
Os setores podem ser diferentes, mas as bases fundamentais de cada time são os fluxos organizacionais e a comunicação assertiva sobre o entendimento do que deve ser executado, próximas etapas (acompanhamento por metodologias ágeis), testagem, liberação e escuta ativa para análise de ajustes ou evolução com melhorias.
Mesmo com a vinculação dos mapeamentos indicados, podem ocorrer fatos inesperados e expectativas diversas da realidade, cabendo assim a aceitação e montagem de plano de ação na resolução de possíveis problemas. Aceitar que conduziremos o que podemos controlar e que iremos lidar com aquelas circunstâncias que escaparam desse controle está vinculado com a aplicação de técnicas resolutivas.
O perfil dos clientes deve estar alinhado com os prestadores e vice-versa, para que ambos possam caminhar em sintonia, com eficácia e estratégias inerentes ao negócio. Dessa forma a análise da persona, posicionamento de mercado, benchmark, conexões e networking são essenciais na implementação de projetos e parcerias.
Em um mercado competitivo e em constante expansão de tecnologias e ferramentas, estar antenado a tais movimentos faz com que as conversas e busca de serviços fiquem mais norteadoras. O foco será mais resolutivo na busca de soluções, produtos e serviços, gerando um cenário mais colaborativo e participativo entre as partes. Muito se fala sobre o mundo hiper conectado, advocacia 5.0 e tecnologias. Evidente que não há como entender detalhadamente sobre cada evolução emergente, portanto poder contar com parceiros específicos e estratégicos na apresentação e conclusão é primordial para o crescimento dos negócios.
Na era da transformação digital é fundamental que os profissionais jurídicos continuem desempenhando seu papel essencial na orientação dos clientes, fornecendo análises jurídicas especializadas e aconselhamento personalizado. Mesmo quando o cliente aparentemente já tem dados e respostas aos problemas em debate, considerando o amplo acesso on-line e informatização ampla, o atendimento individualizado ainda é diferencial com a aplicabilidade das soft skills essenciais para essa nova era jurídica de acolhimento e facilidade na comunicação; dessa forma agrega-se valor à qualidade do serviço prestado.
Outro ponto a ser considerado é o imediatismo de nossa sociedade. Nem sempre as respostas e os atendimentos serão em tempo real, considerando as diretrizes de cada empresa. Portanto saber delimitar a atuação, momento e formas de abordagem, assim como a finalização e testagem dos resultados vão permear a satisfação dos clientes.
Nesse cenário em equilíbrio de ganha-ganha nas trocas entre clientes e fornecedores, a solidificação da confiabilidade, fidelização e real entendimento do escopo potencializará as relações que tendem a se expandir exponencialmente ao sucesso dos envolvidos.