Falar de gestão legal e controladoria jurídica parece novidade, mas não é!
Para quem já atua há anos nos grandes centros pode afirmar que a gestão legal dava os seus primeiros indícios há mais de 20 anos. Claro, tudo em conformidade com os aparatos da época.
Mas, já se tinha uma noção de que mudanças estavam por vir. E mudanças assustam, ainda mais no tocante a novas habilidades e com o surgimento de um setor específico que é o de Controladoria Jurídica.
Desde o surgimento do setor, os profissionais enfrentam desafios. Podemos citar aqui alguns deles, como:
– Preconceito: um “pré-conceito” de que o setor de controladoria jurídica é só gastos. Ora, o setor pode não gerar lucros diretos (fechar contratos, por exemplo), porém, indiretamente, o setor é responsável por uma grande economia de tempo e dinheiro nas organizações (ex. como a realocação das atribuições da equipe).
Um outro importante desafio enfrentado pelos controllers é a constante necessidade de aperfeiçoamento e evolução. Sim, isso não é apenas uma necessidade para a equipe técnica, mas todos os profissionais da organização. O controller enfrenta um desafio ainda maior por não encontrar, com certa facilidade, especializações direcionadas a prática do dia a dia. O benchmark aqui é uma ótima ferramenta de atualização.
Temos ainda, a falta de reconhecimento por alguns gestores que não conseguem enxergar os controllers como um aliado, e só os enxergam como uma ameaça.
Porém, o principal problema a ser enfrentado pelos controllers é a valorização salarial da classe.
Isso porque, na maioria dos escritórios, o controller encontra-se em um limbo de enquadramento. Na maioria das vezes ele não é enquadrado como equipe técnica para ser alocado no plano de cargos e carreira, não é administrativo porque tem formação em Direito e, por muitas vezes, também não é estagiário!
E aí, o que fazer?
Primeiro, reconhecer a importância do cargo dentro da organização é fundamental e impacta de uma forma positiva o profissional.
Segundo, é imprescindível enquadrá-lo em um plano de cargos e carreira adequado para o setor. É preciso distinguir a divisão de base com estagiário, auxiliar de controladoria e gestor ou coordenador da área. E, além do mais, especificar os níveis para crescimento bem como, os critérios de avaliação para que ele ocorra.
E, assim como há uma variação grande de valores para a categoria dos advogados, a mesma regra se aplica ao plano de cargos e carreira dos controllers. Inúmeros fatores serão levados em consideração como: o nível profissional que a empresa está buscando, a localidade do escritório, o número de pessoas no setor etc.
Controllers, buscar o reconhecimento junto a empresa é importante, porém, o mais importante é começar pelo seu próprio reconhecimento, portanto:
– Dê o devido valor ao seu cargo, exija uma remuneração justa pelo trabalho de risco que desempenha;
– Não se curve à equipe técnica ou aos gestores que por falta de conhecimento técnico não valorizam seu trabalho. O controller faz parte do escritório e é um setor como todos os outros, e por isso merece respeito;
– Reconhecemos a importância de uma secretária, do estagiário e dos setores financeiro e administrativo; mas, o controller não faz parte dele, ele tem o seu próprio setor, e ainda:
– Pleiteie boas condições de trabalho e boas ferramentas para desenvolver o trabalho de controle.
Portanto, controllers, sabemos da nossa importância no mercado de trabalho e acima de tudo, temos conhecimento da transformação que podemos fazer nas organizações.