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Habilidades da comunicação no Empreendedorismo Jurídico

Por Juliana Chinem

 

Convidada para falar em um evento de Advogados Empreendedores, comecei a preparar a apresentação com base em estratégias que ajudam o advogado a transmitir a imagem adequada para seus clientes. Afinal, o mercado está mudando e os profissionais da advocacia precisam se ajustar à realidade de que seus clientes cada vez mais estão munidos de informações e criteriosos com apresentações.

Pensando nisso, preparamos um grupo de dicas que podem ajudar a melhorar a comunicação e o posicionamento do profissional da área jurídica, fomentando a imagem do advogado empreendedor e ousado.

Vamos começar com a preparação. É preciso, antes de tudo, ter autoconhecimento. Como podemos emitir opinião e conceitos se não sabemos em primeiro lugar quem realmente somos e como queremos nos projetar em relação ao assunto que vamos comentar? Ao se examinar, pensar no seu planejamento profissional, você poderá medir como está agora e como quer ser visto pelo seu público durante e depois da apresentação.

Em seguida vamos a outro aspecto de grande importância para o planejamento da comunicação: qual é o público-alvo? Saber para quem você fala e por que você fala com essas pessoas vai ajudar a moldar todo o conteúdo e formato das informações que serão transmitidas. Tenha cuidado com o foco, como recomendam os mais experientes; sempre é necessário manter a comunicação assertiva, deixando claro o que está sendo dito.

Outro fator de grande importância nas habilidades da comunicação no empreendedorismo é trabalhar a nossa imagem profissional. Para mudar a imagem devemos começar pela roupa, acessórios, e até decidir, no caso dos homens, se é o momento de usar a gravata. Sejamos criteriosos ao avaliar a aparência, considerando a mensagem que devemos transmitir para o público, uma vez que corremos o risco de ficar descolados em relação à audiência e quebrar o interesse no que vamos falar, antes mesmo que seja possível dar os primeiros cumprimentos.

Além das roupas e acessórios, também devemos observar como está nossa postura. Nada de ficar largado, ombros caídos ou retraídos, como ficamos ao usar o celular por horas, pois passamos a impressão de alguém desanimado. Seja maior, até mesmo maior do que você pensou que poderia ser. A força da postura também aproxima e ajuda a identificar, no imaginário da audiência, características de sucesso daquele que está iniciando uma apresentação.

O controle da expressão corporal é uma exigência para formadores de opinião. Sim, caros leitores dessa colunista, quando somos escolhidos para falar, é porque somos vistos como líderes e precursores do assunto. Ao subir em um palco para palestrar, dar entrevista, ser assistido pelos alunos em aula, quem gosta de comunicação tem os olhos brilhando e empolgados. As mãos, os gestos, o corpo e a postura mudam, mostrando que a movimentação do corpo também transmite muita informação.

Mais um ponto para ter atenção: sobre o uso de recursos que ensinam técnicas de aquecimento da voz. Ajustar o volume a ser adotado na apresentação e saber como funcionam os equipamentos (microfone, passador, câmera) ajudam a ter mais segurança. Uma famosa fonoaudióloga contratada por uma rede de televisão recomendava sempre para que os repórteres, em hipótese nenhuma, falassem num tom elevado demais: estamos entrando na casa dos telespectadores, lembrem-se sempre disso. E quando usamos os meios digitais, também estamos fazendo isso, certo?

Para fechar a apresentação com chave de ouro: fale alto para ser ouvido, fale claro para ser entendido e fale pouco para ser aplaudido. Creio que assim, você poderá conquistar a plateia um pouco mais a cada oportunidade.

 

Juliana Chinem é Advogada, Escritora e Palestrante. Sócia do Bernardi & Schnapp Advogados e Mediadora certificada pela ESA OAB/SP, atua como Coordenadora de Oratória e Comunicação da Comissão Especial de Empreendedorismo Legal da OAB/SP e Diretora Adjunta da Comissão de Gestão de Escritórios de Advocacia da OAB Jabaquara. Autora do livro “Coaching de Oratória” pela Ed. Matrix e coautora do livro “Manual de Coaching para Advogados” pela OAB/ESA São Paulo, dentre outras obras.

 

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